Por que devemos atender ao apelo do bebê?
Mãe, pai, vem cá. Vamos conversar um pouco...
Quando o seu bebê chora, o que você sente?
Esse post hoje foi pensado em inúmeras mães e pais que se angustiam ao ouvirem seu bebê chorar e que sentem vontade de acalentá-lo, mas que não o fazem por acreditarem que isso fará com que seu filho fique mal-acostumado.

Antes do bebê nascer, ele estava em um ambiente escuro, com uma leve penumbra. Lá, ele ouvia sons, mas esses sons eram distantes, de modo que não agrediam seus sentidos. Havia um balanço, provocado pelos movimentos da mãe.
Gravidade lá não existia. E ele estava envolto por uma camada que o aquecia, acolhia e protegia.
Aí, em um belo dia, eis que o danado do bebê dá sinais de que é chegada a hora de vir para esse mundo. Aqui, ele encontra frio, fome, excesso de estímulos, e em muitos casos - infelizmente! - não encontra o aconchego de sua mãe logo de imediato. Passa por inúmeros procedimentos, muitos deles desnecessários.
Qual a primeira coisa que o bebê faz? Chora! E por que ele chora? Porque é a ÚNICA forma de comunicação que ele tem. A única que chama a nossa atenção.
Saindo da maternidade, ao chegar em casa, qual a primeira coisa que você costuma ouvir (seja em forma de pergunta ou em tom afirmativo, pra não dizer os casos que ouve em tom imperativo!)? O bebê deve dormir sozinho. Em seu próprio quarto, de preferência.
Ora, mas há 9 meses ele está coladinho com a mãe! O que faz uma pessoa achar que, de uma hora para a outra, o supercompreensivo bebê irá entender que é para dormir separado dela e de seu pai? Se ele nem ao menos sabe que ele é um ser separado dela?
Estamos dizendo com isso que o bebê deve necessariamente dormir na mesma cama que seus pais? Não, queridos. Até porque para fazer o que chamamos de cama compartilhada vai depender do desejo dos pais e de itens de segurança que devemos saber e ter para o bem-estar do pequeno ser.
Estamos aqui, hoje, porque muitos pais, por ouvirem que seus filhos têm que dormir separados deles, começam a trilhar um caminho duro, em que o bebê chora em outro ambiente e os pais não podem pegá-lo ao colo, ou acalentá-lo para que ele não fique mal-acostumado. Esse caminho é duro para todos.
Porque, nesse caso, os pais sentem o desejo de acolher o apelo de seu filho, mas não o fazem por achar que estariam prejudicando seu bebê.
O choro é último apelo do bebê, em busca do outro. Antes, ele dá outros sinais.
Por exemplo: quando ele sente fome, inicialmente ele move o corpo, busca o que estiver ao seu alcance (pode ser um lençol, ou a própria mão) e leva à boca.
Quando ele chora é porque não vimos ou não atendemos esses outros sinais. É uma forma de se defender.
E o bebê chora por saudade. Sim! Ele sente saudade! Ele quer o colo da mãe, do pai, da vovó. É uma necessidade fisiológica e psíquica do bebê.
Quando não atendemos ao apelo dele, e se isso persiste em diversas situações, e de forma recorrente, o bebê tem uma forte sensação de angústia, podendo chegar ao "aniquilamento do self". Afinal, esse outro que ele tanto chama, não vem. Eu (bebê) não posso contar com ele.
Altos níveis de cortisol, hormônio responsável pelo stress, são liberados na corrente sanguínea do bebê.
Coloca-se em risco não só a saúde física, mas psíquica do bebê.
"Ah, mas eu chorei e minha mãe não me atendia prontamente e eu não morri".
Hum... Certo. Embora a intenção realmente não seria essa, a de matar, temos certeza que sintomas decorrentes dessa experiência ficaram. Inclusive, o risco de repetir com os próprios filhos e isso se perpetuar.
Vejam, queridos, desde o início estamos afirmando sobre os pais que sentem a necessidade de atender o apelo de seus filhos e acham que não deviam fazê-lo para não lhes prejudicar. Existem culturas em que isso é feito e nada acontece. Mas em qual cultura estamos inseridos?
Também não viemos para lhes dizer qual a forma de educar seus filhos, onde ele deverá dormir. Estamos aqui para libertar aqueles pais que sentem vontade de ter os filhos ainda pertinho, coladinho e que não o fazem por serem barrados, de alguma forma.
Não há nenhum crime em atender ao apelo do seu bebê. pelo contrário! Faça-o, se assim o desejar! Deixe que pensem, que digam, que falem...
Programas de televisão, consultores do sono que afirmam que o bebê deve chorar até dormir. Não os ouça, se o seu coração grita mais alto o contrário disso.
Ouça e faça aquilo que o seu coração lhe pede!
Até quantos anos seu filho vai sentir a necessidade disso? Cada criança tem o seu próprio ritmo e, obviamente, isso dependerá não somente dela, mas de todo o contexto em que ela está inserida.
Quando uma criança chora para dormir, devemos primeiro investigar o que ela pode estar querendo nos comunicar. Acolher o seu apelo. E trabalhar em cima disso. E não somente fazê-la dormir sozinha, deixando-a chorar até cansar. Isso é adestramento!
Você já ouviu falar em picos de crescimento e saltos no desenvolvimento? Sabia que crianças passam a dormir em seu quarto e, "de repente" solicitam a presença dos pais novamente? Pois é. Tudo isso tem explicação e podemos falar mais sobre isso em outro post.