Teste do pezinho
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Teste do pezinho

Todo bebê que nasce no Brasil tem direito a realizar gratuitamente a triagem neonatal, previsto pela Portaria nº 822 de 6 de junho de 2001, que institui o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), a importância da realização dos testes e sua obrigatoriedade para todos os recém-nascidos.


O programa é constituído de testes preventivos que investigam diversas doenças que se detectadas antecipadamente possuem maior possibilidade de tratamento. Essa triagem consiste em 4 exames:


• Teste do pezinho

• Teste do olhinho

• Teste da orelhinha

• Teste do coraçãozinho


No post de hoje, escolhemos falar sobre o teste do pezinho. Você vai entender

a importância dessa análise, quais doenças ele ajuda a diagnosticar e como é

o processo.



O teste do pezinho é um exame que é feito entre o segundo e o quinto dia do nascimento do bebê e que ajuda a diagnosticar e identificar doenças metabólicas, genéticas e infecciosas capazes de afetar o desenvolvimento neurológico, mental e motor do recém-nascido, mas que não apresentam sintomas de fácil identificação.


Com a identificação precoce, é possível garantir um tratamento específico, que permite diminuir ou eliminar lesões irreversíveis (como deficiência mental e deficiências físicas) e até mesmo evitar a morte.


Recomenda-se que a realização do teste seja feita entre o segundo e o quinto dia de vida e sempre após 48 horas do início da amamentação/alimentação do recém-nascido. Fora desse período, o teste não é invalidado, porém, quanto mais cedo for realizado o exame, mais precocemente será iniciado o tratamento dos bebês afetados.


O teste é realizado por meio de um furo no calcanhar do recém-nascido com uma lanceta estéril e específica e algumas gotas são retiradas e colocadas em um papel filtro apropriado para a coleta. O calcanhar é o local de escolha porque nele estão presentes muitos vasos sanguíneos o que facilita o acesso ao sangue.


O exame é coletado por profissionais de enfermagem, enfermeiros e técnicos de enfermagem, treinados e capacitados.


É um exame rápido e pouco invasivo e sem riscos para o bebê, porém por ser realizado um furo é um processo doloroso.

Bebês prematuros também realizam o exame, porém são necessárias mais coletas: a primeira respeitando os mesmos critérios dos recém-nascidos termos (maior que 37 semanas), a segunda após 120 dias do nascimento e, em caso de transfusão de sangue, mais uma após 120 dias da última transfusão.



Como a amamentação auxilia na prevenção da dor do teste do pezinho?


A mamanalgesia é um procedimento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2015 e consiste no uso da amamentação como forma de minimizar a dor e o desconforto de bebês em procedimentos que podem ser dolorosos.


Para realizar a mamanalgesia o bebê deve ser posicionado no colo da mãe de forma que fique confortável para mãe e bebê e que permita que a pessoa responsável pela coleta do exame utiliza a técnica adequada.


Para um efeito melhor, deve-se iniciar alguns minutos antes da realização, assim o bebê já fica mais calmo. É claro que, mesmo mamando, o bebê sente a furada e pode chorar. Fique tranquila e leve-o de volta ao peito que ele deve se acalmar em poucos segundos.


A amamentação é uma ação comprovadamente analgésica.

Nesse sentido, além de aumentar a segurança da mãe e diminuir a sua ansiedade, os estudos científicos demonstraram diversos mecanismos analgésicos da amamentação de recém- nascidos:


• A saciedade reduz a angústia do bebê

• O contato pele-a-pele diminui a percepção de dor nos recém-nascidos

• A endorfina, substância química presente no leite materno, ajuda a suprimir a dor

• O cheiro e o gosto do leite materno acalmam e confortam os bebês

• O ato de sugar fornece uma satisfação neural com sensação de prazer e relaxamento



Onde deve ser realizado o teste do pezinho?


Diversas maternidades já fazem o teste rotineiramente, antes da alta hospitalar

da mãe e da criança. Importante saber se a maternidade escolhida já realiza ou

se será necessário procurar pelos postos de saúde do seu município.


Caso opte por pagar o teste, você pode procurar instituições da rede privada que

realize o exame.



Quanto custa fazer o teste?


Nada. O teste do pezinho básico é gratuito nos serviços do Sistema Único de

Saúde (SUS) em todo o território nacional desde 1992.



Existem diferentes tipos de testes do pezinho?


A resposta é sim, atualmente no Brasil, existem três versões do teste do pezinho disponíveis: uma básica e duas ampliadas. Os nomes, na rede privada, podem variar de acordo com o local em que será realizado o exame por isso é importante se informar sobre qual a versão escolhida antes de realizar o teste.


Básico: É obrigatório e gratuito em todo o país. Pode detectar 6 doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.


Mais ou Ampliado: É oferecido gratuitamente na maioria dos hospitais, maternidades particulares e laboratórios, pode detectar até 10 doenças. Além das seis já detectadas pelo teste básico, também pode indicar deficiência de G6PD, galactosemia, leucinose e toxoplasmose congênita.


Super ou Expandido: É o mais completo dos exames disponíveis. Pode detectar até 48 doenças. É oferecido apenas em laboratórios, hospitais e maternidades particulares.


Mas com o intuito de garantir equidade a todos os recém-nascidos por meio do sistema único de saúde e diagnóstico precoce surgiu a necessidade provinda da área da saúde pública em detectar mais doenças, que necessitam do pronto-diagnóstico para que as condutas adequadas possam ser definidas, pois se tais doenças não forem diagnosticadas precocemente, podem evoluir para a morte do bebê no primeiro ano de vida.

No dia 26 de maio de 2021, foi sancionada a Lei nº 14.154, que amplia a versão do sistema único de saúde para a detecção de 50 doenças raras, buscando aprimorar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) e promover de forma gratuita o Teste do Pezinho Ampliado.

O processo para introdução do teste do pezinho ampliado está sendo feito de forma gradual, por um processo de etapas com duração prevista de quatro anos, cabendo ao Ministério da Saúde determinar o tempo de duração para cada etapa. As etapas e os grupos de doença são:


• Etapa 1 (fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita)

• Etapa 2 (galactosemias, aminoacidopatias, distúrbios do ciclo da ureia e distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos)


• Etapa 3 (doenças lisossômicas)


• Etapa 4 (imunodeficiências primárias)


• Etapa 5 (atrofia muscular espinhal)



O resultado do teste do pezinho alterado ou positivo é o suficiente para fechar o diagnóstico?


Se o resultado do teste estiver alterado ou positivo, a família deve ser convocada para o bebê fazer novos exames que podem confirmar ou excluir a doença para a qual a triagem foi alterada. O teste do pezinho é preliminar, ou seja, ao aparecer suspeita de alguma doença, pode haver necessidade de investigações mais aprofundadas. Vale destacar que qualquer pessoa pode ter um filho portador dessas doenças, mesmo que não existam casos manifestados ou identificados na família.

Desta forma realizar todos os testes de triagem neonatal, incluindo o teste do pezinho, é o primeiro passo para conhecer e promover os melhores cuidados ao seu bebê.

Além disso, manter o acompanhamento com profissionais de saúde capacitados e especialistas no cuidado à criança é o pilar principal da promoção da saúde, com foco no bom crescimento e desenvolvimento das crianças.








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