Filme "Red: Crescer é uma fera" e o problema da super-proteção materna
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Filme "Red: Crescer é uma fera" e o problema da super-proteção materna

por @psico.marimiguel

Imagem extraída de canaltech.com.br

*CONTÉM SPOILER*


O filme "Red: Crescer é uma Fera" traz a história de Meilin Lee, uma adolescente de 13 anos que descobre que sofre de uma maldição de família que a faz se transformar em um panda vermelho gigante toda vez que sente grandes emoções. Aos poucos Meilin precisa aprender a controlar seus sentimentos, por isso ela foca seus pensamentos em suas amigas, que a apoiam mesmo depois de ver seu lado “selvagem”.


A protagonista de 13 anos de idade está aprendendo a se adaptar às mudanças que chegam com a fase da adolescência. Como se isso não fosse suficiente, ela tem de lidar com a superproteção da mãe porque sempre que fica muito agitada, acaba se transformando em um panda vermelho gigante.


Ming Lee, apesar de ser uma mãe bastante cuidadosa, também é controladora.

E como geralmente acreditam as pessoas controladoras, Ming Lee acreditava que, se não tirasse o olho da filha, de acompanhasse cada passo que ela desse, poderia protege-la de qualquer perigo ou problema – inclusive de se tornar o panda vermelho. Felizmente ou infelizmente, a ideia de controle é uma fantasia...


Pode ser extremamente desconfortável se deparar com isso, mas a verdade é que não controlamos nada nem ninguém! A única pessoa que podemos controlar é a nós mesmas – e isso já é um bocado difícil!


Não podemos controlar as crianças – e não precisamos! Muitas mães gostariam de poder “guardar os filhos dentro de uma caixinha”, a fim de protegê-los de todo mal. Mas a verdade é que, para protegê-los de fato, talvez a melhor forma não seja a de poupá-los das decepções, nem a de impedir que se arrisquem ou que tomem as próprias decisões – mas justamente o contrário!


Ninguém vai passar por essa vida sem enfrentar problemas e decepções. E acredito que a maior dádiva que podemos oferecer aos nossos filhos é a capacidade para lidar com elas (e não fugir delas). Percebe a diferença?


Desenvolver a capacidade para lidar com as frustrações, para se levantar novamente depois de uma rasteira da vida, saber resolver os próprios problemas, se permitir correr riscos aceitáveis e confiar na própria capacidade para lidar com as consequências deles é, na minha visão, a melhor maneira de proteger.


Se você superprotege – ou seja – poupa o seu filho dos sofrimentos e decepções, não deixa-o correr riscos aceitáveis para poupá-lo de se machucar, não permite que ele lide com as consequências dos problemas que causa – por melhor que seja sua intenção, você, na verdade, pode estar levando-o a acreditar que não tem capacidade para lidar com os próprios problemas, que não consegue sobreviver à uma decepção e que é melhor sempre depender de alguém para cuidar de si. Mais cedo ou mais tarde, quando ele se deparar com as decepções da vida, poderá ser atropelado por ela, já que não teve a oportunidade de desenvolver resiliência e autoconfiança para passar por ela. E isso pode ser desastroso em diversos aspectos.


Os resultados à longo prazo são sempre mais importantes do que os de curto prazo, quando se trata em educação de filhos. O que você faz hoje como mãe, impacta o futuro de seu filho. Não se esqueça disso!




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