Mamografia - quando fazer?
O câncer de mama é o segundo câncer mais comum no mundo e quando diagnosticado precocemente (primeiro estágio) tem chances de sobrevida de cerca 88%. A mamografia é o exame de escolha para auxiliar nesse diagnóstico. Quando devemos realizar?

A pergunta para essa resposta é: depende. A sociedade brasileira de mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) orientam que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos e anualmente. Alguns estudos evidenciaram que essa abordagem seria capaz de diminuir em até 30% o número de mortes provocadas pelo câncer de mama.
Já o Ministério da Saúde orienta que seja feito a partir dos 50 anos aos 69 anos e bienalmente, pois mesmo com esses benefícios citados acima, poderíamos aumentar o número de biópsias desnecessárias, diagnóstico de patologias que não mudariam o curso de vida da mulher (overdiagnose), a realização de tratamentos dispensáveis e a exposição aos Raios X, além de aumentar os gastos com saúde pública.
As pacientes com alto risco*¹ devem começar o rastreamento 10 anos antes do evento ou entre 30-35 anos, podendo associar ou não a ressonância nuclear magnética. Outras pessoas que devem fazer esse exame são as pacientes que apresentarem os sinais e/ou sintomas abaixo:
Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos.
Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual.
Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade.
Descarga papilar sanguinolenta unilateral.
Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos.
Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral.
Presença de linfadenopatia axilar (íngua).
Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja.
Retração na pele da mama.
Mudança no formato do mamilo.
O diagnóstico em estágios iniciais diminui a necessidade de tratamentos mais agressivos, com menos efeitos colaterais, além de aumentar a qualidade de vida e as taxas de cura.
*¹ Como pacientes de alto risco para câncer de mama, entende-se:
Mulheres com mutação ou com parentes de 1º grau (lado materno ou paterno) com mutação comprovada dos genes BRCA 1/2, ou com síndromes genéticas como Li-Fraumeni, Cowden e outras.
Mulheres com história familiar de pelo menos um familiar de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama em idade < 50 anos; ou com diagnóstico de câncer de mama bilateral; ou com diagnóstico de câncer de ovário, em qualquer faixa etária; ou homens, em qualquer grau de parentesco, com diagnóstico de câncer de mama.
Mulheres com história de radiação torácica (radioterapia torácica prévia) antes dos 30 anos.
Mulheres com história pessoal de câncer de mama.
O câncer de mama permanece como uma doença obscura, muito prevalente em que a detecção precoce ainda é a chave para um tratamento bem-sucedido.
Por isso, não deixe de fazer sua mamografia, converse com seu médico para avaliar a melhor abordagem para você.