Maternidade LGBTQIAP+ sem filtro
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Maternidade LGBTQIAP+ sem filtro

Uma entrevista com Bruna e Camila, mães de gêmeos e proprietárias do Instagram @2maeseosgemeos onde compartilham seus dias e visão sobre o maternar.



G: Conta um pouco como foi a decisão de engravidar e o processo da FIV.


B e C: Nós estávamos há 7 anos juntas e sempre tivemos o desejo de ter filhos, então o processo de FIV já era um sonho nos nossos corações. Em 2018 fomos na clínica tirar dúvidas sobre a FIV, então decidimos que aquele momento seria a hora certa para termos filhos. O processo foi mais rápido do que pensamos.


G: O que significa a maternidade para vocês?


B e C: Transformação. Depois que viramos mães nossas vidas foram transformadas completamente, e não só pelos cuidados que bebês necessitam, mas por toda transformação na nossa identidade.


G: Quais são os maiores desafios na criação dos gêmeos?


B e C: Por ser dois, a demanda é bem maior. Identificar e respeitar a individualidade de cada um e colocar em prática esse respeito sem deixar um de lado é um dos maiores desafios. A mãe sempre vai sentir que algo está faltando, então o desafio é equilibrar os pratinhos.


G: Sobre a deslegitimidade da maternidade da Bruna que muitas pessoas impõem, principalmente nas redes sociais, como vocês lidam com isso?


B e C: A rede social veio para contarmos nossa história e sempre tem pessoas querendo deslegitimizar. Mesmo nos deixando muitas vezes chateadas, os comentários não abalam nosso maternar, cada uma de nós construímos uma forte e inabalável relação com nossos filhos, e sempre tentamos expor em forma de diálogo isso aos nossos seguidores.


G: Como foi o processo da indução de lactação?


B e C: Quando eu (Bruna) estava grávida de 25 semanas descobrimos duas profissionais incríveis que estavam com alguns casais fazendo o protocolo de lactação induzida. Quando soube que era possível fiquei muito animada e Camila também, então entramos em contato com essas profissionais e a Cá começou o protocolo de estimular as mamas com bomba de tirar leite e medicamento.


Foi muita doação, dedicação e antes dos gêmeos nascerem a Camila já tinha alguns potinhos de leite congelado, e assim que eles nasceram ela já amamentou na maternidade. Foram 3 meses compartilhando a amamentação comigo, mas Camila decidiu parar pois estávamos sem rede de apoio e consequentemente sem tempo para continuar estimulando as mamas para não cair a produção de leite.


G: Sobre os pontos positivos, o que vocês mais amam na maternidade?


B e C: A forma como nos relacionamos com as crianças, tudo que plantamos desde o começo estamos já colhendo os frutos, de uma relação respeitosa com eles. A força que eles não dão para melhorar como pessoa, a chegada deles em nossas vidas ressignificou muita coisa e hoje somos muito mais fortes para encarar qualquer desafio.


G: Ser mãe, atendeu as expectativas de cada uma?


B e C: Falando por nós duas, a maternidade é de longe a tarefa mais difícil e desafiadora de nossas vidas, algumas expectativas não chegaram nem perto do que achávamos que era, mas também o amor que sentimos por eles é muito maior do que imaginávamos.


G: Por último, um conselho para quem está entrando na maternidade agora.


B e C: Não carregue tudo sozinha, peça ajuda pois você não vai dar conta de tudo, e nem precisa dar. Seu filho não irá te comparar com mais ninguém, então esteja certa de que sempre será a melhor mãe que ele(a) pode ter.


Confie no seu maternar. Não tem manual, então faça o seu possível que isso será o suficiente.

Nessa semana do Dia das Mães, para nós da Gestar foi um prazer poder ter uma conversa inspiradora, conhecendo um pouco mais sobre a experiência da maternidade da Bruna e da Camila. Por aqui trabalhamos para que todas as mães se sintam acolhidas e menos culpadas no maternar, demonstrando que há espaço para sentir, inspirar e entender que independente da fase ou do sentimento, você não está sozinha.


Assim, colaboramos juntas, a cada passo, para a mudança que é necessária.


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