O que é violência obstétrica?
“A violência obstétrica é o desrespeito á mulher, seu corpo e seus processos reprodutivos. Isso acontece através de tratamento desumano, transformação de processos naturais do parto em doença ou abuso da medicalização, negando ás mulheres a possibilidade de decidir sobre seus corpos” (conceito realizado pela defensoria pública de SP).

Tendo essa definição como pressuposto, podemos entender que, todo ato que retira da mulher seu protagonismo e autonomia, como procedimentos feitos sem consentimento, colocar a mulher sob sofrimento desnecessário tanto físico quanto psicológico e minimização/silenciamento da mulher em uma fase de tanta vulnerabilidade psíquica, é violência obstétrica.
Esse ato pode se dar por qualquer profissional de assistência ou pessoa que tenha contato com a gestante.
A reflexão que quero trazer é que sob o ponto de vista psicológico, os danos que essa conduta pode trazer para a mulher e também sua família, são muito profundos.
Cada mulher deve ser assistida em sua individualidade. O que faz um parto ser humanizado é a assistência adequada, não a via de nascimento.
Em alguns casos há uma redução tão grande desse lugar de protagonismo que as próprias mulheres começam a se questionar sobre a legitimidade de suas dores. Como isso é cruel. Sobretudo se pensarmos que o parto não tem replay! Imagens, palavras, insinuações e ações podem marcar para sempre um momento que era pra ser o mais acolhedor possível.
Para você que sofreu violência obstétrica, quero dizer que: Sinto muito por isso. Ninguém merece ser submetido a atos dessa natureza. Saiba que a culpa não é sua. Se sentir triste ou impotente não é fraqueza. Você pode denunciar! Você merece acolhimento e empatia para ressignificar essa violência sofrida e não julgamento ou palpites.
Para você, gestante, se informe sobre humanização do parto, escolha uma equipe que confie (se possível, pois sei que não é a realidade da maioria), mas sobretudo, saiba que você merece respeito, carinho, afeto e segurança.
Se precisar de ajuda especializada, estou aqui para te acolher.
Texto escrito por Tayane Rodrigues, Psicóloga Perinatal parceira Gestar